Os madeirenses devem colaborar na preservação da sua memória coletiva, construindo uma base de dados com as informações de familiares emigrados e afirmando, assim, a insularidade regional. A ideia foi defendida, esta tarde, pelo historiador Rui Carita, orador numa jornada de debate em torno do tema da Emigração, com a palestra “A imagem da Emigração Madeirense nos finais do século XIX – Dois álbuns de fotografias de família de Carolina de Meneses e a necessidade do Resgate da Memória”. Considerando que a «Madeira só existe na projeção das suas gentes fora da ilha», já que tem 300 mil habitantes como «peso físico» e «um milhão de emigrantes pelo mundo fora», o investigador afirmou que a «Madeira precisa de cativar e polarizar a imagem de toda essa gente», apontando ainda a necessidade de «um recuperar desta imagem, ao longo das vidas, que se torna excecionalmente importante para base de dados, para a afirmação da própria insularidade». Realçando ser constantemente contactado por lusodescendentes que gostariam de conhecer a história dos seus antepassados madeirenses, Rui Carita acredita que esse deve ser um papel assumido pela população, e com urgência: «Tem que ser toda a gente a colaborar, tem de ser um papel de todos os madeirenses para todos os madeirenses, recuperar a sua memória coletiva. Uma sociedade que não tem memória, não tem futuro», rematou. Argumentos defendidos ao JM, momentos antes de uma jornada em torno da Emigração, que decorreu, no Espaço Multimédia da Biblioteca do Fórum Machico, promovida por Tânia Santos, no âmbito do mestrado que esta aluna está a realizar em Gestão Cultural, na UMa.
Fonte: Jornal da Madeira